Foto: Raph_PH, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons.
Olá, amantes da música. Tudo bem?
Uma entrevista de 2021 com o cantor e compositor Sting voltou a ganhar destaque nas redes, trazendo uma discussão sobre a música moderna e as mudanças na sua estrutura. A entrevista foi realizada por Rick Beato, e você pode assisti-la completa neste link. Neste artigo, vamos destacar os pontos levantados por Sting sobre a simplificação das músicas atuais e o impacto disso no público.
O que está acontecendo com a música atual? Sting responde!
Quem é Sting (caso você viva em outro planeta)?
Para quem ainda não o conhece, Sting é um dos artistas mais respeitados e influentes na música. Conhecido inicialmente como vocalista e baixista do The Police, ele construiu uma carreira solo de sucesso, explorando vários gêneros e experimentando com letras profundas e arranjos sofisticados. Suas contribuições ajudaram a redefinir o rock e o pop, e ele é um artista que sempre se destacou por sua habilidade em criar canções que equilibram complexidade e acessibilidade.
A Perspectiva de Sting sobre a Música Atual
Ao falar sobre a música moderna, Sting comentou sobre o que percebeu como uma simplificação das estruturas musicais. Ele destacou o desaparecimento da “ponte” (Bridge) em muitas canções atuais, um elemento que ele considera crucial para dar mais profundidade emocional e narrativa à música. Em suas palavras:
“Há ótimos músicos e compositores, e ótimas músicas por aí. O que eu notei, porém, é que a estrutura está um pouco mais simples agora – está minimalista.
“A ponte desapareceu, não há mais ponte. Para mim, a ponte é a terapia. Você define uma situação em uma música: ‘Minha namorada me deixou, estou sozinho’. Refrão: ‘I’m lonely’ (Estou sozinho), você reitera isso novamente.
“E então você chega à ponte, um acorde diferente entra, e eu penso que talvez ela não seja a única garota no quarteirão, talvez eu deva procurar outro lugar…
“E então esse ponto de vista leva a uma mudança de tom, e as coisas não são tão ruins.
“Portanto, é uma espécie de terapia. Isso é uma terapia para mim, a estrutura é uma terapia.
“Na música moderna, a maior parte dela, você está em uma armadilha circular, na verdade, ela fica girando e girando e girando.
“Ela se encaixa perfeitamente na próxima música – e na próxima música -, mas você não consegue aquela liberação, aquela sensação de que há uma saída para uma crise, e nós estamos em crise, o mundo está em crise.
“Estamos em uma crise política, em uma crise pandêmica e na crise climática. A música precisa nos mostrar uma saída, e a música moderna não está fazendo isso no momento.”
Para ele, a falta dessa “ponte” na música de hoje representa uma oportunidade perdida de promover uma reflexão e uma “cura” emocional no ouvinte.
O que é uma Ponte na música?
Segundo o site Amped Studio, a Ponte é um momento único na música onde os autores têm total liberdade de expressão e se esforçam para transmitir a profundidade da sua mensagem ao ouvinte. Este segmento revela a alma da composição, tornando-se um local de máxima abertura e penetração emocional. A ponte serve não apenas como passagem, mas como ápice da narrativa, onde os destinos se entrelaçam, a trama encontra sua resolução e as emoções atingem seu clímax.
Reflexão sobre o Processo de Criação na Música Moderna
A reflexão sobre a estrutura da música leva a uma questão mais ampla: será que a música atual, em sua maioria, busca priorizar um consumo rápido e imediato, muitas vezes visando agradar as métricas das plataformas de streaming? A música contemporânea pode ter sofrido pressões do mercado para se adaptar às demandas dos ouvintes, o que talvez tenha contribuído para uma abordagem simplificada em comparação a épocas anteriores. Essa é uma reflexão que vale a pena considerar, especialmente para os artistas que buscam se destacar.
O Papel do Público e a Adaptação dos Artistas
Esse questionamento nos leva a pensar se a música atual é realmente mais “pobre” em relação a gerações passadas ou se ela está apenas atendendo ao que o público busca consumir. O gosto do ouvinte moderno tem, de fato, influência direta na forma como a música é criada, e a simplificação pode ser uma resposta a isso. No entanto, fica em aberto o papel dos artistas em preservar a integridade e a profundidade em suas criações, mantendo um compromisso com a qualidade musical, mesmo diante de pressões comerciais.
A Música e a Nossa Experiência
As observações de Sting sobre a música atual nos levam a uma importante reflexão: será que estamos realmente perdendo a profundidade e a complexidade na música? Ou estamos apenas nos adaptando aos novos tempos?
Já ouviu aquela máxima de que música boa não fica velha? Vamos ver se daqui há alguns anos as músicas atuais serão lembradas assim como as músicas dos anos 80, por exemplo.
Música Sempre! o/